Quando casamos não é só o estado civil que muda. Mudam também (e de um forma muito mais subtil) as nossas relações de amizade. Enquanto somos solteiros estamos todos em pé de igualdade e mesmo que haja namorados ou namoradas, há programas combinados de uma forma muito mais regular com a malta toda. Ao sábado ou à sexta era quase certinho.
Em termos práticos, a partir do momento em que casámos, as saídas transformaram-se em jantaradas cá em casa e sair à séria é muito raro. Tenho pena que isso tenha vindo a acontecer, mas muitas vezes as circunstâncias (profissionais principalmente) assim o obrigam.
Isto não significa que tenha deixado de me dar com as minhas amigas, falamos menos é verdade, mas sinto muitas vezes que as conversas são mais proveitosas, porque fica tudo mais concentrado. Falamos mais por telemóvel, normalmente por sms e tento não deixar de me preocupar tanto ou mais que antes.
Eu sinto que da minha a minha relação com elas não mudou, mas é natural que sintam que estou diferente, porque a principalmente a disponibilidade física mudou substancialmente. É que agora a casa não se limpa sozinha e a roupa e a loiça também não sobrevivem em auto-gestão! E também há alguns dias em que não me apetece sair e só quero ficar enroscada no sofá e no maridão a ver tv. Se bem que são raros estes dias, porque se me /nos convidarem para alguma coisa não é muito normal eu dizer que não. Já bastam aquelas vezes em que não dá mesmo.
Esta conversa toda para dizer que continuo a ser a mesma pessoa de sempre, com a diferença que eu e o R. vivemos na mesma casa e que quando há planos têm de ser falados a dois. Eu sei que há coisas que podem não fazer muito sentido a quem não vive as situações (e isto é válido para ambas as partes), mas numa amizade sólida como a que eu tenho com elas não há motivo nenhum para não continuar a haver sinceridade, companheirismo e um interesse genuíno umas outras como até aqui.
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