E no meu trabalho é assim!

Eu sei que vou chorar quando tiver de me ir embora daqui. Eu sei que a vida é injusta e dá-nos muitas vezes as melhores coisas, para nos trocar as voltas logo a seguir. Eu sei que se fizermos por isso, enchemos o coração de alegria muitas e muitas vezes. Também sei que não me é difícil gostar a sério das pessoas e ganhar saudades antes de as deixar, que vão ficar para sempre no meu coração. Eu sei que estas pessoas todas, com quem me dou lindamente, queriam que eu ficasse cá. Eu também queria, porque me sinto tão bem recebida aqui e tão querida, que me custa mais ter de voltar para Portugal e principalmente sabendo que não tenho emprego...

Não sei se serei remarkable mas que sinto o meu trabalho reconhecido, é bem verdade. E isso não se vê só nas notas...

O que é que eu hei de dizer quando oiço coisas assim?

'Os miúdos gostam tanto de ti como do professor Rui' (que eu sei que foi o professor mais fixe que já tiveram aqui e que os miúdos gostaram mais)

'Opá, vais-te embora porquê?? Nós não queremos que vás!' (dito com os olhos tristes, tristes) -  e depois tenho de repetir a história pela 30ª vez!!

'Temos de te fazer uma festa de despedida à séria!'

'E depois vais voltar, não vais? Para nos visitar! Podes ficar lá em casa!'

'Tem de me ir visitar a Viana (do Castelo) em agosto! Dorme lá em minha casa!'

'Hoje vai jantar sardinhas lá a casa, pode ser?'

'Ó stôra, não se pode ir embora! Não consegue mesmo ficar cá connosco?'

Sair de casa e conviver com estas pessoas maravilhosas tem o condão de me deixar bem-disposta da vida e fazer tudo valer a pena. As horas deprimentes, a vontade de apanhar o primeiro avião para a Portela, a angústia, o stress ou a incerteza. 

E acabar um sábado a festejar um S. Pedro atrasado na casa de uma família simpatiquíssima, a comer uma sardinhada acompanhada de uma salada de pimentos e terminar a refeição com um doce feito por mim lá (!!) e um vinho do porto caseiro é uma ótima maneira, não acham?

E reitera tudo o que disse acima.