Das férias que não virão

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Nas férias sou mais eu, sinto-me mais eu, mais genuína, mais fiel a mim mesma. Depois regresso aqui, à rotina deste dia-a-dia, à televisão e ás notícias sobre o país e a crise, e cai um desânimo pesado, uma insatisfação que anda aqui por dentro das veias a maior parte do ano. Ficam as fotos e o reavivar de que eu não sou este trabalho nem esta vida que não me enche, mas que sou muito, muito mais e que por vezes é preciso mesmo párar e fugir de tudo para me lembrar, para não esquecer sobretudo.

Escrito pela Merenwen, do Café Tropical 

E eu descobri que podia ter escrito isto. Nas férias sinto-me mais livre, mais solta, mais relaxada. Regresso de uns dias de praia no Algarve capaz de tudo. Os 2 dias na semana passada deram para descansar, mas foi só, porque ainda continuo a trabalhar. Bem, nem é bem trabalhar, são umas horas todos os dias no ATL, mas nem trabalho muito nem estou de férias. Este ritmo quase ao ralenti não me ajuda em nada. Sim, é bom ter trabalho e é muito melhor fazer o que se gosta do que estar desempregada, mas este ritmo não é bom para mim. Gosto muito de movimento, de andar sempre com muitas coisas para fazer. Sinto-me mais viva quando a adrenalina me corre rápido nas veias, mas há alturas em que temos mesmo de parar tudo e pensar na vida, refletir no que se tem feito, no que ainda falta fazer.

As férias servem para isso e este ano as minhas não vão chegar, por isso tenho de arranjar maneira de ver se este cansaço desaparece e se dou a volta a esta dorzinha de cabeça estúpida que insiste em aparecer ao acordar!


{Se pudesse ir de férias para qualquer lado, acho que este ano me ficaria mesmo por um vá para fora cá dentro, uns dias aqui, outros ali, costa vicentina, cidades alentejanas e depois o Norte: Douro, novamente o Porto, Guimarães, Braga e o Gerês. Seria assim uma viagem a dois fantástica:)}