segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Do ensino em Portugal...

via

A escola está a formatar crianças e jovens?
_Completamente. A escola não perde tempo a fazer aprender. Cada vez mais, o que se sugere aos professores é que debitem a matéria, que vigiem e que penalizem os alunos que não aprendem por si ou com as famílias procedendo à sua retenção ou sujeitando-os a fileiras secundárias de ensino precário, como acontece com a introdução recente do ensino vocacional, que poderá por lei vir a atingir alunos do primeiro e segundo ciclos, o que é desde já sentido por todos como uma nova via de castigo ou de discriminação.
Mas do professor o que se espera é que transforme alunos com dificuldades em alunos tão bem sucedidos como os outros..._As famílias e a sociedade deviam pressionar os professores para que assim fosse. Mas as políticas atuais parecem preconizar que o modo tradicional de trabalhar é que é bom. E assim as crianças e jovens que têm dificuldades vão continuar a ser excluídos. Da escola e da sociedade. E, no entanto, a Direção-Geral da Educação acabou de fazer um estudo sobre os percursos curriculares alternativos e concluiu que a inserção dos alunos nessas turmas especiais não se traduz numa recuperação das aprendizagens e que são residuais os casos de reingresso no ensino regular. Ora, eu pergunto: se é assim, porque se continua a apostar no mesmo? Sabem o que vai acontecer a estes jovens? Vão perder-se em outros percursos igualmente alternativos e vão continuar a ser tratados como portugueses de segunda.
Este ano já percebi que tenho de mudar muita coisa na minha postura enquanto professora. Valorizar mais os comportamentos positivos, não estar sempre à espera que se portem mal nem que façam asneiras, porque isso é o que todos os professores fazem. Tentar motivá-los mais através de coisas que lhes interessem...
Muito trabalhinho, é o que é!

1 comentário:

  1. Uma antiga professora minha confessava que não sabe onde vamos parar.
    Os alunos dela do 5º ano do ciclo não escrevem um único texto de 5 linhas sem um erro ortográfico.
    Não sabiam que o ‘q’ de cauda pertencia ao alfabeto português mas já tinham ouvido falar no ‘q’ de quá quá…
    E que em termos de vocabulário era capaz de jurar que andavam na 3ª classe…

    Agora digam-me: vale a pena seguir o currículo que o Estado dá ou ir mais longe?
    Começo a pensar que cada vez mais as escolas privadas vão começar a ter mais gente (não fosse a porcaria da crise!).

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