Lendo e relendo

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De todos os livros que li este ano, 'O filho de mil homens' do Valter Hugo Mãe foi o que gostei mais! Para primeira obra dele lida, acho que não podia ter escolhido melhor. O autor diz que é 'o seu livro obra mais delicada' e eu, que não conheço os outros, acho que é uma história muito bonita!

O autor diz: 'A mim impressiona-me muito a fidelidade.' É um facto. A mim também! Acho fascinante duas pessoas estarem juntas anos e anos só porque sim, porque gostam da companhia uma da outra e não se veem com mais ninguém.

«Todos nascemos filhos de mil pais e de mil mães, e a solidão é sobretudo a incapacidade de ver qualquer pessoa como nos pertencendo, para que nos pertença de verdade e se gere um cuidado mútuo. (...) Somos o resultado de tanta gente, de tanta história, de tão grandes sonhos que vão passando de pessoa a pessoa, que nunca estaremos sós.»

Um homem não é uma ilha e a partir do momento em que somos uma soma de tudo o que nos acontece, somos 'filhos' de tudo isso, seja bom ou mau! 

«para ser feliz é preciso aceitar ser o que se pode, nunca deixando de acreditar que é possível estar e ser sempre melhor»

"Para entreter curiosidades, o velho Alfredo oferecia livros ao menino e convencia-o de que ler seria fundamental para a saúde. Ensinava-lhe que era uma pena a falta de leitura não se converter numa doença, algo como um mal que pusesse os preguiçosos a morrer. Imaginava que um não leitor ia ao médico e o médico o observava e dizia: você tem o colesterol a matá-lo, se continuar assim não se salva. E o médico perguntava: tem abusado dos fritos, dos ovos, você tem lido o suficiente. O paciente respondia: não, senhor doutor, há quase um ano que não leio um livro, não gosto muito e dá-me preguiça. Então, o médico acrescentava: ah, fique pois sabendo que você ou lê urgentemente um bom romance, ou então vemo-nos no seu funeral dentro de poucas semanas."

Este excerto sobre os livros é maravilhoso, ficarmos doentes por falta de leitura é um absurdo, mas até faz algum sentido...