sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Fico passada com estas coisas!


Assino por baixo do que a Bad Girl escreveu. Também sempre fui coerente com as minhas decisões e escolhas e nunca fiz nada que não quisesse e preferia ser a marrona do que alinhar em cenas que não me fizessem sentir confortável com os meus princípios. Sempre tive muitos amigos, embora fosse realmente amiga só de meia dúzia. 

Nunca fumei nem bebia na altura em que andava na escola e nunca me senti mais nem menos pressionada por causa disso. Quando leio notícias que falam sobre coisas deste género em que morrem miúdos por causa de 'brincadeiras' completamente inconscientes, fico estupefacta como é que há gente que por causa da 'suposta integração social' se deixa enredar em jogos perigosos demais sem ter a mínima noção!?

Eu não estou farta de adolescentes (ainda...) mas também há dias em que só me apetece bater nos meus alunos [é óbvio que isto é só uma maneira de falar porque seria incapaz disso!] e por muito menos que isto... Realmente os putos andam completamente parvos das ideias, só para ser um bocadinho mais meiga que a Bad Girl!

Parecem bandos de anormais à solta...

... Os putos.

Ando agastada com os adolescentes. Não tenho adolescentes, não sou adolescente, mas ultimamente dou por mim a não querer crer nas coisas que vejo sair dos adolescentes.

Antes de mais, faço um parêntesis para esclarecer que não fui uma adolescente "normal". Não alinhava no que não queria, não me dava com quem não me agradava, não ia em carneirices. Era válido para tudo: para a roupa que era suposto toda a gente usar, para os comportamentos que era suposto toda a gente ter, para os círculos que toda a gente devia frequentar. Isso custou-me muita coisa, mas nunca me custou a dignidade. Sempre fui mais dada aos meus princípios do que à integração social. O percurso nem sempre foi fácil, mas foi sempre coerente. Posto isto, voltamos aos adolescentes de hoje. Chama-se "social beer challenge" e anda por aí, para quem quiser ver, nas redes sociais. Eu vi pela primeira vez no Facebook da filha de uns amigos. É transversal a idades, sexos e condição social. E é simples: um idiota aparece num vídeo a beber meio litro de cerveja de golada. Depois nomeia três amigos, com tags no Facebook, e esses são obrigados a fazer a mesma figura acéfala. Obrigados não, dirão vocês. E eu digo que vocês sabem muito pouco sobre adolescentes, se acham isso. Os adolescentes de hoje em dia (ou os de sempre, sei lá bem) não estão preparados para não ceder a pressões sociais. Dá muito trabalho. Carece de muita estaleca. E os putos não têm estaleca. Têm telemóveis, Facebook e acesso a cerveja para beber ao litro, mas não têm estaleca. Alguns de vocês, se calhar até com filhos adolescentes, dirão que não tem mal. Alguma investigação no tal desafio e vê-se filhos a desafiarem pais e pais a alinharem. Eu, por acaso, acho que tem. Acho que um idiota fazer algo só porque pares o mandam fazer está errado em toda a linha. Alinhar no "social beer challenge" ou em qualquer desafio deste género é meio caminho andado para, mais tarde, se achar normal ser chamado de besta, rolar em merda de vaca ou entrar em coma alcoólico só porque um idiota o mandou. E agradecer, pois é uma lição de vida.

(Os putos são todos mentecaptos? Certamente não. Há por aí bons miúdos, cheios de personalidade e estaleca. Parece-me é que são poucos).

2 comentários:

  1. Muito boa reflexão, a tua e a da Bad, uma mais meiga que outra mas com a mesma convicção :)
    Assumindo que é natural procurar identidade nos pares para distanciar do núcleo familiar, desafiar autoridade bla bla bla, até que ponto alguém tem de ser uma esponja para se permitir entrar nestas carneiradas? Só isso é grave: alguém sequer ponderar fazer uma doudice com resultados imprevisíveis porque outro o "tagou" numa rede social. Sempre acreditei que não pensar 2 vezes antes de certas acções estava reservado a filmes de aventura, quando um tipo tem uma carabina apontada às têmporas e faz fazer algo arriscado para salvar a família ou a amada... outros tempos.

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  2. Felizmente já há uma ideia muito nobre que contrapõe esta barbaridade do 'neknomination'! Ahhh, pois pusinko e cavaleiros é mesmo coisa de outros tempos. Agora é estupidez natural mesmo!

    Beijos

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