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Há dias em que a minha família me enerva profundamente. É o meu pai com quem só falo uma vez por mês porque nunca me liga e nunca está em casa quando falo com a minha mãe e que fala tão pouco por palavras (e tanto com os olhos e com aquele sorriso tímido); é a minha mãe de quem herdei o feitio e que me irrita tanto quando me liga nas horas em que estou menos disponível e depois me pergunta as mesmas coisas várias vezes e implica com coisas que para mim fazem todo o sentido; é a minha irmã que tem uma vida tão diferente de mim que nem sempre compreendo e para a qual a paciência nem sempre abunda; são os meus avós que têm muita pena de eu viver na Suíça, como se isso não tivesse sido uma decisão minha e como se fosse uma coisa má!
Em resumo, estando longe ou perto, a minha vida familiar continua igualzinha e acho que para mim é assim que faz sentido. Não sou de andar a lamentar-me por não estar perto e acho que isso me ajuda muito!
Fui eu que decidi vir para cá e de todas as vezes que fico mais triste por não os poder abraçar e falar olhos nos olhos lembro-me das conversas com a minha irmã no longínquo ano de 2002 em que ela chorava por estar em Portimão sozinha com 18 aninhos acabados de fazer, e eu ao telefone lhe dizia, com o coração apertadíssimo e com vontade de a abraçar:
'Foste tu que decidiste e que quiseste ir para aí, por isso agora aguenta!'Válido para muitas coisas, por isso o melhor conselho de sempre, acho eu!
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