quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Das leituras #21

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Ando em pesquisa para um trabalho do mestrado e fui reencontrar um livro que comprei em 2011 em Berlim e que comecei a ler mas que ficou a meio (a história não me entusiasmou por aí além, apesar dos excertos sublinhados que por lá aparecem e que me fizeram pensar), mas hoje reencontrei-me com esse livro e há algumas passagens que têm de vir parar aqui e ainda hei de acabar o livro este ano! 
O livro chama-se 'O Rastro do Jaguar' de um autor brasileiro que se chama Murilo Carvalho e li os sublinhados e bate tudo certo com a minha opinião e disposição dos últimos tempos.

" Cada vez que penso em mim como um estrangeiro, aqui na França, penso também que serei estrangeiro em qualquer terra. Me imagino voltando para o lugar onde eu nasci, sobre o qual não faço a menor ideia, andando no meio de uma gente que fala uma língua desconhecida, com hábitos que não serei capaz de compreender e me assusto. Serei eternamente estrangeiro em qualquer terra, olhado, talvez como sempre me olharam aqui na França..."

"Essa mesma ânsia de migrar, de ir cada vez mais longe (...) parece fazer parte da essência do homem, de um passado que insiste em viver dentro dele, empurrando-o para os recantos mais distantes da terra (...) mudam as pessoas, mudam as terras, mas a felicidade parece mesmo estar sempre depois da próxima montanha, ou além das margens de um grande rio."
Depois de me ter reencontrado nos sublinhados do livro anterior, ainda me reencontrei com Elias Bonfim, um rapaz de 12 anos que perdeu o pai para os livros, que literalmente se perdeu dentro dos livros e das histórias que contam - Afonso Cruz 'Os livros que devoraram o meu pai, A estranha e mágica viagem de Vivaldo Bonfim' - e cuja história está muito bem escrita e muito bem pensada.
O Elias, pela mão de Afonso Cruz, diz coisas muito acertadas e que provavelmente a minha filha também poderá um dia vir a dizer de mim!
"O meu pai só pensava em livros (livros e mais livros!), mas a vida não era da mesma opinião, a vida dele pensava noutras coisas, andava distraída, e ele teve de se empregar."

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