domingo, 27 de setembro de 2015

Novidades do planeta de baby cérise #11: o parto

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Para não variar muito dos últimos dias, durmo pouco mas não tenho sono. Estou na cama a ouvir a respiração do pai e da filha e só me parecem aqueles dias e noites intermináveis no hospital durante a convalescença do parto. Não sei se fui só eu que senti isso (digam-me vocês, mamãs de ha há muito ou pouco tempo se foi assim também! ) pareceu-me que estava numa realidade paralela em que o mundo parou lá fora e só me importava com a Luísa e só pensava que tinha acabado de passar pela experiência mais avassaladora da vida que é dar à luz um filho e passar a ter toda a responsabilidade sobre a vida daquele ser tão indefeso!

Filha, hoje fazes 3 meses (como é que possível já ter passado este tempo todo?) e para não comemorar, nada melhor que escrever sobre o momento mágico que foi o teu nascimento!

Fiquei internada na 5ª feira, dia em que terminava o tempo previsto pela médica, e tudo indicava que o parto fosse provocado. A minha médica assistente nas últimas consultas (que fiz quase dia sim, dia não nos últimos tempos e fazia ecografias e ctg) dizia-me sempre que a miúda ia ser grandinha e nas duas ecografias no hospital também confirmaram isso, por isso a indução do parto começou na 5ª.
Eu não sabia muito bem como é que isso se processava, mas sabia que podia ser local (no colo do útero) ou geral (através da corrente sanguínea) e na altura a parteira perguntou-me como é que eu queria que fosse e explicou-me as diferenças e que os comprimidos no colo do útero costumam ter uma reação mais rápida e é mais fácil para a mãe. Lá fácil foi, rápido é que nem por isso! Deram-me 4 comprimidos entre 5ª à tarde e sábado de manhã e nada de contrações nem dores nem coisa nenhuma. Quase que parecia que estava em algum hotel a descansar...
No sábado à tarde lá mudaram de medicação, e as contrações lá foram aparecendo mas ainda assim nada de muito difícil de aguentar. Percebi que o parto ia acontecer em breve, mas ainda teria de aumentar a intensidade das contrações e bastante. O meu marido esteve lá comigo no sábado o dia inteiro, mas às 11 e tal da noite mandei-o para casa porque estava tranquila e as contrações eram fracas e muito espaçadas. Deitei-me e dormi. Até à 1.15, hora em que me rebentaram as águas (a parteira bem me tinha dito que o último comprimido que me deram fazia efeito em 24 horas, mas normalmente era muito menos) . Continuava sem dores mas as contrações já eram mais espaçadas. Chamei a parteira e fui para a sala de parto. Ela fez-me o toque e ficou preocupada porque o líquido amniótico tinha uma cor estranha e disse-me que íamos controlar os batimentos cardíacos para ver se estava tudo bem, porque se houvesse alguma coisa diferente do normal, teria de ser cesariana.

As horas foram passando (entretanto o marido apareceu no hospital para me dar apoio e pôde estar comigo sempre mesmo tendo sido cesariana) e as contrações foram aumentando e estavam no ritmo já muito avançado mas não havia meio de fazer a dilatação. O ctg também apontava para que a bebé estivesse em sofrimento, portanto não houve outra solução do que partir para a cesariana. Entre me confirmarem que teria mesmo de ser cesariana e a Luísa nascer, passou no máximo 1 hora!
Saí da sala de parto e fui na maca para a sala da cirurgia. O pai mudou de roupa e esteve sempre ao meu lado a agarrar-me a mão e a fazer-me festinhas e foi espetacular, mesmo estado eu um bocado atorodoada por causa da epidural! A cesariana foi rapidíssima e não senti nada, só sentia a cabeça estranha. Não ouvi o primeiro choro da Luísa, mas quando percebi que ela tinha nascido e o pai a trouxe embrulhadinha numa toalha e ma mostrou chorei, chorei, chorei... Não conseguia quase falar (e estou aqui a escrever isto e tenho as lágrimas a querer saltar!) e estava emocionada como acho que nunca estive na vida! Nunca me tinha sentido tão vulnerável e tão frágil, mas ao mesmo tempo tão feliz e tão forte por saber que tinha acabado de ter a minha primeira filha, o pequeno-grande amor da minha vida! Nasceu às 6.24 do dia mais feliz da minha vida, dia 28 de junho de 2015!

É tudo tão mecânico e ao mesmo tempo tão animal isto de parirmos os nossos filhos! Eu sei que fiz cesariana mas não me sinto menos mãe por isso! Não a tive de forma natural, mas é a minha filha e saiu de dentro de mim na mesma! Sei que na altura fiquei um bocadinho triste (quando tive tempo para pensar nisso!) e a parteira até me perguntou se eu tinha percebido porque é que tinha sido cesariana. É claro que percebi e para o bem da minha filha, farei sempre tudo o que for preciso! Seja como for e tenha eu os filhos que tiver, acho que o parto é sempre a experiência mais transcendente da nossa vida de mulheres!
 O pai foi o primeiro de nós os dois a pegar na cerejinha e até lhe cortou o cordão umbilical e foi ele que a deitou no meu peito logo a seguir a me terem cosido para ela mamar. Estivemos assim mais de duas horas, eu e ela no meu peito e o pai ao nosso lado a conversar comigo e os dois a falarmos com a nossa filhota e a adorarmos o milagre que criámos (ai... cá estão as lágrimas outra vez!) e entretanto ele ligou aos nossos pais para dar a notícia e também disse ao irmão e à minha irmã. Foi histeria total!

Regressei à sala de partos já a manhã ia alta e aí começou a aventura que é a maternidade!

Continuo a achar que esses dias estão meu nebulosos porque com tanta emoção e tanta coisa a acontecer, parecia-me mesmo que estava a viver uma realidade paralela e uma felicidade inigualável!

2 comentários:

  1. Muitos parabéns à Luísa e muitas felicidades aos papás :) ! Cérise, aproveita bem este tempinho delicioso :) !! Beijinhos

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    Respostas
    1. Obrigada :) é o que mais tenho feito!

      Beijinhos grandes*

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